1. Tipicamente nos povos antigos, o conceito de justiça é associado a figuras femininas;

2. Entretanto, na época romana, o direito é tipicamente masculino. As instituições pretorianas são basicamente formadas por homens (pretor era uma espécie de magistrado; o cargo só era exercido por homens). “Ius”, a palavra que significa “direito”, é um substantivo masculino – na real, na Grécia, os juízes já eram todos homens. De qualquer maneira, a discussão de gêneros é bem interessante;

3. Em resumo, hoje, nosso direito é masculino, mas a justiça é uma mulher-cega-com-espada-e-balança. E esse símbolo é bem forte, quase como se não houvesse nenhum outro;

4. Mas há outros símbolos sim. Um deles é quase o oposto da deusa grega. Apresento-lhes Xangô.

O blog é assinado pelo jornalista e infografista Lucas Tófoli Lopes, 28. Graduado em jornalismo pela ECA-USP, começou um segundo curso de graduação em 2015: direito na mesma universidade, no largo São Francisco.

“MPF, STF, AGU e outros amontoados de letrinhas aparecem nos jornais todos os dias. A ideia é traduzir e aprofundar o juridiquês de maneira acessível a um público cada vez mais amplo”, diz o jornalista. As siglas, aliás, significam, respectivamente, Ministério Público Federal, Supremo Tribunal Federal e Advocacia-Geral da União.